Visitar Mdina (L-Imdina), em Malta, precisa estar em seu roteiro de viagem pela ilha, independente da estação do ano. A Cidade Silenciosa encanta qualquer um com suas ruas estreitas e que nos transporta diretamente para a Idade Média.
Situada na parte mais alta de Malta, a antiga capital é vista de longe e é uma ótima opção de passeio pelas manhãs de verão, quando o clima está um pouco mais “fresco”, ou nas tardes de outono e inverno.
Portanto, se você quer saber mais sobre a História de Mdina, o que fazer na cidade e como chegar lá, esse post é para você.
História
Fundada por volta de 700 a.C pelos fenícios, Mdina foi construída em uma área já fortificada em uma colina longe do mar e foi capital da Ilha até 1530.
Ao longo dos anos, ela foi habitada pelos árabes, romanos e pelos Cavaleiros da Ordem de São João. Esses últimos foram responsáveis por reconstruir a maioria dos edifícios depois do terremoto de 1693, entre eles a Catedral de São Paulo, o Palácio Magistral e o Palazzo Falzon.
Contudo, sua estrutura urbana, com ruas estreitas e que se entrelaçam, é uma herança dos árabes, que chegaram no local no ano 870 d.C. Eles separaram Mdina de Rabat para fins de defesa e deram à cidade seu nome atual. Até então, a capital maltesa era chamada de Malet, que significa refúgio.
Já as muralhas e o grande fosso em torno de seu perímetro foram obras dos normandos, que conquistaram a cidade após 1090. Eles foram responsáveis também por construir uma nova igreja dedicada a São Paulo e estabelecer a aristocracia de Malta.
Após o Grande Cerco dos Turcos e com a construção de Valletta, em 1566, Mdina foi perdendo a sua importância. Dessa forma, o Grão-Mestre Lascaris planejava demolir as muralhas da cidade, mas quando os soldados foram executar suas ordens, as mulheres de L-Imdina os atacaram com vassouras e cordas. E, assim, o local foi mantido.
Mdina hoje
Hoje, cerca de 300 pessoas vivem nos 2.500 m² que correspondem à cidade. Rabat, por sua vez, tem cerca de 11 mil habitantes. A população pequena e a ausência de trânsito fez com que Mdina, em Malta, ficasse conhecida como a Cidade do Silêncio. É uma paz e uma tranquilidade sem igual, principalmente nas primeiras horas da manhã.
Sua arquitetura barroca e as construções de calcário em tons amarelados servem de inspiração e cenário para diversos filmes, e séries, entre eles Game of Thrones. No 3º episódio da 1ª Temporada, o Portão da cidade aparece representando King’s Landing.
Como chegar a Mdina – Malta
Há duas formas de se chegar em Mdina, Malta: de carro e de transporte público. A primeira é a forma mais fácil, basta chamar um carro por aplicativo e em 27 minutos de Valletta você estará lá. De Sliema são cerca de 25 minutos. O Bolt é o aplicativo mais usado na ilha e a corrida até a Cidade Silenciosa de ambos os lugares custa em média €15.
Em Valletta, há três linhas que te levam próximo à entrada de Mdina, que são: 51, 52 e 53. No entanto, será precisa caminhar cerca de
De Sliema, você poderá pegar as linhas 13, 13A, 14 e 16 até Pietà e de lá, você deverá pegar a linha 56, que te deixará na Estação de Rabat, que fica a 6 minutos de caminhada do Portão de Mdina
O que fazer em Mdina – Malta
Veja a seguir seis coisas para se fazer ou conhecer durante sua visita à Cidade Silenciosa.
Passear pela Cidade Murada
A melhor forma de conhecer Mdina é a pé. A cidade não tem mais que 2.500 m², logo em menos 30 minutos você dá uma volta no local e percebe porque ela ganhou o apelido de cidade silenciosa.
Também é a melhor forma de olhar as vielas que formam verdadeiros labirintos e tentar imaginar como era o local na Idade Média.
Por fim, durante o passeio você poderá tirar foto na parede mais famosa de Mdina no Instagram (foto abaixo), lugar que fica ainda mais lindo na primavera e verão. Não sei te dizer a localização exata, mas andando pela cidade você acabará encontrando-o.
Comer uma torta na Fontanella Tea Garden
Não tem como ir à Mdina – Malta e não ir à Fontanella Tea Garden, um restaurante situado junto às muralhas e, que por isso, oferece vistas lindíssimas de uma parte da ilha e é famoso por seus bolos. Inclusive minha professora de inglês recomendava a todo mundo ir lá e pedir uma fatia de bolo de chocolate com laranja, que foi o que pedi.
Diferente dos bolos no Brasil, o de lá não era tão molhado (e eu particularmente gosto) e o pedaço servia tranquilamente duas pessoas. São diversos sabores, inclusive de amêndoas, morango, limão, Kannoli, banana e pistachio, que custam €4.20. Além disso, no cardápio há também sanduíches, Ftiras, saladas, pizzas e o tradicional café da manhã britânico (english breakfast), com ovos, bacon e feijão.
St Paul’s Cathedral
Vista da estrada assim que vamos chegando a Mdina, a Catedral de São Paulo foi fundada no século 12 no local onde o governador romano Publius teria conhecido o apóstolo Paulo após este naufragar na ilha. Ela é sede da Arquidiocese Católica Romana de Malta e, desde o século XIX, compartilha a função com a Co-Catedral de São João em Valletta .
Assim, vale a pena entrar na igreja para ver os afrescos representando a vida de São Paulo pintados por Vincenzo, Antonio e Francesco Manno em 1794. Seu exterior em estilo barroco com influências maltesas chamam atenção quem passa pela Praça de São Paulo (maltês : Pjazza San Pawl ou Misraħ San Pawl )
Não se esqueça de ir com os braços e pernas cobertas.
St Paul’s Catacombs
Esse foi um dos passeios mais interessantes e diferentes que fiz em Malta, e apesar de não ficar dentro de Mdina, fica a 10 minutos de caminhada do Portão da cidade de Murada.
As catacumbas de São Paulo são na verdade um conjunto de galerias subterrâneas e grutas usadas desde o século III a.C pelos fenícios e depois pelos romanos e cristãos. Elas tinham cerca de 4km e capacidade para armazenar mais de 1000 corpos em diferentes câmaras funerárias. No entanto, elas foram abandonadas durante a ocupação muçulmana da Ilha e redescobertas somente no século XIX.
Isso já deixaria o local interessante, contudo, o que dá fama ao seu nome é a sua ligação com o cristianismo. Afinal, segundo a tradição cristã, o apóstolo Paulo teria morado em uma das grutas durante três meses, após sofrer um naufrágio, no ano 60 d.C, quando ir para Roma enfrentar acusações do império. Tanto que no local há uma estátua do santo e a sua oração em diferentes idiomas.
De acordo com o Patrimônio de Malta, a ligação com o santo ainda permanece um mito, no entanto pesquisas recentes mostram que o local era um grande cemitério dos tempos púnico, romano e bizantino.
As catacumbas podem ser visitadas diariamente (exceto Sexta-feira Santa, Natal e Ano Novo), das 10h às 18h . O ingresso para maiores de 18 anos custa €6. Já os idosos e adolescentes pagam €4,50, assim como os estudantes que apresentam a carteirinha (inclusive de intercâmbio, que foi o meu caso).
The Knights Of Malta
Esse museu transporta os visitantes à época de esplendor dos Cavaleiros de São João (também conhecidos como Cavaleiros de Malta) através de figuras em tamanho natural dos cavaleiros e grandes mestres e de uma narração dos detalhes históricos em treze idiomas.
Além da vida dos cavaleiros, a exposição retrata ainda a pirataria e os cercos que aconteciam na ilha durante a Idade Média. O ingresso adulto custa €6,50 e o de crianças €3.
Importante ressaltar que a atração não é bem avaliada no TripAdvisor.
Casa Bernard
Por fim, esse é um local que eu preciso conhecer quando voltar em Malta. Localizado em Rabat, essa casa foi construída originalmente como uma torre de vigia medieval sobre fundações romanas.No entanto, no século XVI ela evolui para um Palácio de duas fachadas e ganha adições barrocas posteriormente.
Passando por uma antiga casa de parede de calcário e varandas de madeira, sua fachada despretensiosa esconde a elegância e o charme do seu interior, com muitos elementos que evocam a época da nobreza da Ordem de Malta. Os atuais proprietários compraram a propriedade em 1993, quando começaram a restaurá-la e a transformaram posteriormente em uma casa museu.
Já o nome se deve ao Dr. Salvatore Bernard, médico pessoal o Grão-Mestre de Malta, que passou a residir no Palácio em 1723. A visita acontece com agendamento prévio através do site Casa Bernard e custa €14.
Lugar incrível e com muitas histórias. Quero muito visitar.
Boa semana!
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Até mais, Emerson Garcia
Olá Emerson, é um lugar lindo!
Obrigada, boa semana para você também!