A Ilha do Combu, no Pará, é uma das 39 ilhas que cercam Belém e precisa estar no seu roteiro pela capital paraense. Não só porque o lugar é bonito, mas ainda conta com experiências incríveis, principalmente para quem quer conhecer um pouquinho da floresta amazônica sem sair do estado.
Conheci a ilha na segunda quinzena de janeiro e fiquei apaixonada. Afinal, caminhei pela mata, conheci frutas típicas da região e ainda vi de pertinho como funciona uma agroindústria que produz chocolates finos.
Quer saber mais sobre a Ilha do Combu? continue lendo este post que preparei especialmente para você.
Ilha do Combu, a quarta maior de Belém
Cerca de 65% da área de Belém, capital do Pará, é composta por 39 ilhas. As maiores são: Mosqueiro, Caratateua, Cotijuba e Combu.
Essa última, localizada a 1,5 km ao sul da cidade, possui uma extensão de 15,972 Km² e cerca de 1.800 habitantes. A população da ilha sobrevive, principalmente, da pesca e da comercialização dos recursos da floresta, como açaí, pupunha, cacau, cupuaçu, andiroba, castanha do Pará e caju.
Visando a proteção e restauração da diversidade biológica e das espécies ameaçadas de extinção, a Ilha foi elevada à categoria de Área de Proteção Ambiental (APA) em 1997.
Como chegar na Ilha do Combu?
A ilha está localizada a 1,5 km ao sul da cidade, sendo cercada ao norte pelo rio Guamá, ao sul pelo furo São Benedito, a leste pelo furo da Paciência e à oeste pela baía do Guajará. Portanto, são cerca de 15 minutos de barco para chegar até ela.
Quem quiser ir por conta própria para o local, precisa ir até o Terminal Ruy Barata, localizado na Praça Princesa Izabel, no Bairro Condor. De lá saem diversas embarcações diariamente para a Ilha do Combu. O trajeto de ida e volta custa R$20.
A outra opção é contratar um passeio turístico que inclua visita à ilha e outros atrativos.
O que fazer na Ilha do Combu?
Passei um dia na Ilha durante minha viagem ao Pará e amei. Fui ao estado no último dia 15 de janeiro para participar do I Encontro de Mulheres do Projeto Elas pelo Brasil, que participo desde o ano passado como representante de Goiás.
A Ilha me proporcionou ver de perto a floresta amazônica, sentir o ar limpo e puro, bem como conhecer frutos típicos da região. Veja a seguir como foi nosso roteiro:
Conhecer a floresta com o Sr Ladir
Embora o Sr Ladir não more no Combu e sim em Boa Vista do Acará, é super válido e interessante colocar uma visita a ele em seu roteiro. Primeiro porque o ribeirinho de 79 anos é uma simpatia em pessoa. Em segundo lugar, porque a visita à floresta amazônica paraense fica muito mais interessante com alguém que cresceu ali e conhece cada árvore do local.
Durante uma trilha pequena, o Sr Ladir apresentou a castanheira, buriti, pupunha e muitas outras plantas do local. Ele também mostrou sua incrível habilidade de subir em um pé de açaí e mudar para outro em questões de segundos. O passeio terminou com o encontro com a Samaúma, conhecida como a mãe de todas as outras árvores pelos índios.
Para conhecer o ribeirinho, é preciso contratar o passeio diretamente com a empresa Monotour.
Almoçar em um restaurante beira rio
Ao longo do caminho até a ilha existem diversos restaurantes não só para conhecer a gastronomia paraense, mas ainda para relaxar de frente para o rio Guamá. São várias opções de lugares para comer, mas é preciso saber em qual você deseja parar e assim avisar o capitão do barco previamente.
Os mais famosos do Combu, são: Saldosa Maloca, Farol da Ilha, Solar da Ilha, Kakurí e Casa Combu
Entretanto, no dia da minha ida ao local, almocei na Ilha Branca, que na verdade fica na Ilha Murutucum. O local tem um píer belíssimo, vários pés de açaí e uma comida deliciosa. Amei o pirão e o arroz soltinho.
Ver como é feito um chocolate fino na Filha do Combu
Se você ama chocolate com certeza vai adorar conhecer a Filha do Combu, uma agroindústria familiar comandada pela Dona Nena. Tudo começou quando Izete Costa, a Dona Nena, quis aprender a transformar a receita de chocolate da família em cobertura para os bombons recheados que ela vendia. E foi nesse processo que ela conheceu o chef Thiago Castanho, que viu grande potencial gastronômico na barra produzida na ilha.
Hoje Dona Nena planta, colhe, fermenta, torra e mói todo o cacau da ilha. Esse trabalho resulta na produção de barras, brigadeiros, bombons, geleias e licores do fruto na fábrica, totalizando cerca de 200kg de derivados mensalmente.
Todo o processo pode ser visto de perto durante a visita à empresa. Dona Nena e o gerente da marca realizam uma caminhada pelas redondezas, mostrando os pés de cacau, como ele é fermentado e torrado. Ao final é possível ainda experimentar e comprar os itens produzidos na loja que existe no local.
Além disso, é possível conhecer a grande Samaúma que existe na região. A árvore da vida, como ela é conhecida, tem mais de 40m de altura e mais de 100 anos. Ou seja, vale muito a pena a visita.
O passeio, que pode incluir ainda o café da manhã ou almoço, pode ser agendado diretamente pelo Instagram da Filha do Combu.
Agora eu quero saber, você já tinha ouvido falar na Ilha do Combu?